Condenado a mais 100 anos de reclusão, ex-secretário de Estado Éder Moraes reclamou do tratamento que recebeu da Polícia Federal após ser preso com o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva, durante a Operação Ararath, em 2014.
Ambos foram condenados por esquemas de corrupção que desviaram milhões dos cofres públicos de Mato Grosso. Durante entrevista ao podcast Pinga Fogo, Eder disse que ele e Riva foram obrigados a ficarem nus em uma sala do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, antes de serem transferidos para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Segundo ele, um dos agentes teria “enfiado o dedo” na boca dos dois antes de ambos embarcarem na aeronave da Polícia Federal algemados.
“Chegando no aeroporto algemaram meus pés, minhas mãos e prenderam com a argola do cinto, como se fossemos terroristas. Depois que subimos no avião pulando, disseram que tinha que voltar. Voltamos eu e o Riva dando pulinhos e fomos para uma sala do aeroporto. Lá nos ficamos nus e o cidadão da Polícia Federal colocou o dedo na luva e passeou debaixo da minha língua”, disse.
Ao dar detalhes da prisão, Eder afirmou que antes do avião decolar, foi abordado de forma irônica pelo piloto. “No avião só estava eu, José Riva e 7 federais armados até o dente. Um delegado piloto disse: o voo pode ser tranquilo ou turbulento, vocês que vão dizer. Eu respondi: espero que o tempo esteja bom, fora isso não vejo nenhuma outra causa de turbulência”, continuou.
O ex-gestor também disse que ele e Riva ficaram com as costas e pernas doloridas por conta do deslocamento do aeroporto até a unidade prisional, em Brasília. Segundo ele, a viatura da PF ainda teria rampado quebra-molas a 60 km.
Eder também reclamou do “espaço” que ambos ganharam na prisão.
“Chegamos na Papuda, passearam com a gente em Brasília, passaram com a gente no quebra-molas a 60 km por hora, minhas costas ficaram roxas porque batia no veículo e o Riva ficou com a dor na perna”, disse.
Vithória Sampaio e Allan Mesquita
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