Secretário critica CPI na AL: “Desnecessária e com viés político”

O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, classificou como “desnecessária” e “carregada de viés político” a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar fatos revelados na Operação Espelho.
A operação foi deflagrada pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) e indiciou 22 empresários acusados de fraudar licitações na Saúde.
A CPI investigaria a administração financeira da Secretaria e o envolvimento de agentes públicos nos crimes. Para ser aprovada, a CPI precisa da assinatura de oito deputados, sendo que seis já assinaram.
“Toda CPI tem um pouco de viés político. E esta é desnecessária, a partir do momento que os órgãos de controle estão fazendo a investigação”, disse o secretário em conversa com a imprensa.
“Dispende de uma força que vai comprometer o andamento dos trabalhos, mas é um direito dos deputados”, acrescentou.
A Secretária de Estado e Saúde não tem nenhuma mácula, nenhum envolvimento com atos de corrupção
Gilberto disse, ainda, que a Secretaria de Saúde de Mato Grosso não tem “mácula” e que, por isso, está tranquilo e irá ajudar as investigações.
“A Secretária de Estado e Saúde não tem nenhuma mácula, nenhum envolvimento com atos de corrupção. Temos tranquilidade que, se necessário, prestaremos todas as informações”, completou.
A operação
A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), concluiu o inquérito da Operação Espelho 1 e 2 no último mês de agosto. E pediu o indiciamento de 22 empresários por crimes licitatórios e organização criminosa contra a Saúde de Mato Grosso.
A apuração que originou a Operação Espelho teve início após a Deccor receber uma denúncia de que a empresa contratada para fornecer médicos plantonistas para o Hospital Metropolitano em Várzea Grande, na especialidade de clínica, disponibilizaria número de médicos inferior ao contratado.
Deflagrada em 2021, a primeira fase da Operação Espelho investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande.
Como desdobramento das investigações, a Polícia Civil apurou que a empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de UTIs, em todo o estado.
Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso.
Já na segunda fase foi descoberto que, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19, os agentes intensificaram suas ações, valendo-se da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.
Por meio de suas empresas, o grupo simulava concorrência para a imposição de valores muito maiores que os praticados no mercado.
ENZO TRES
DA REDAÇÃO
MidiaNewsMayke Toscano/Secom-MT