Uma nova vacina contra a bactéria pneumococo (Streptococcus pneumoniae), que causa doenças como pneumonia, sinusite e meningite, começou a ser disponibilizada na rede privada neste mês.
De acordo com a médica, a expectativa é de que a vacina tenha maior capacidade de prevenção para essa variante. “A gente não tem os dados de prevenção de doença ainda, temos só de imunogenicidade, mas, como a gente tem uma resposta imunológica maior, imaginamos que tem um potencial maior de prevenção para esse sorotipo”, explica.
Além disso, em comparação com as vacinas utilizadas no país, a 15-valente protege contra dois novos sorotipos dos 90 identificados pelos cientistas.
Os imunizantes disponíveis contra o pneumococo são divididos em polissacarídicos e conjugados — que apresentam uma resposta imunológica melhor.
No Brasil, a vacina polissacarídica disponível é a Pneumocócica 23-valente. Já entre as conjugadas existem três opções, contando com a que foi lançada neste mês, segundo dados da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm):
- Vacina 10-valente (VPC10): previne cerca de 70% das doenças graves (pneumonia, meningite, otite) em crianças, causadas por dez sorotipos de pneumococos.
- Vacina 13-valente (VPC13): previne cerca de 90% das doenças graves (pneumonia, meningite, otite) em crianças, causadas por 13 sorotipos de pneumococos.
- Vacina 15-valente (VPC15): acrescenta mais dois sorotipos aos 13 já existentes na VPC13. De acordo com dados de vigilância de sorotipos pneumocócicos circulantes, a inclusão aumenta a prevenção em cerca de 1%, comparando com a vacina VPC13.
A transmissão da bactéria ocorre após o contato com gotículas de saliva ou muco de pessoas infectadas.
Dentro do organismo, o pneumococo pode levar a doenças invasivas (pneumonias bacterêmicas, meningite, sepse e artrite) e não-invasivas (sinusite, otite média aguda, conjuntivite, bronquite e pneumonia), segundo dados da Fiocruz.
A vacinação é a melhor forma de prevenção, de acordo com a fundação. “A gente imuniza para que, quando a gente tiver o contato com essa bactéria, a gente não desenvolva doença”, esclarece a médica.
Qual a indicação da vacina?
A SBIm recomenda a nova vacina para crianças entre 2 e 15 meses de vida, com esquema vacinal em quatro doses, com dois meses de intervalo entre a primeira (dois meses de vida) e terceira aplicação, além de uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de vida.
Ela pode ser administrada concomitantemente com outras vacinas pediátricas e pode haver intercâmbio caso o paciente já tenha sido imunizado com a VPC13.
Para crianças a partir de 2 anos, adolescentes e adultos portadores de certas doenças crônicas, a recomendação é de um esquema sequencial com as vacinas conjugadas (VPC10, VPC13/VPC15) e polissacarídica (VPP23).
Já para pessoas com mais de 50 anos e, sobretudo, para maiores de 60, recomenda-se, como rotina, esquema sequencial com as vacinas VPC13 ou VPC15 e VPP23.
Foto: HVesna/Pixabay