O comandante geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes,, afirmou que a Segurança Pública mapeou as principais cidades de Mato Grosso que estão sendo alvos do crime organizado. Nesta semana, Sorriso (420 km de Cuiabá) foi apontada como 6ª cidade mais violenta do país. Mendes afirmou que o índice também é resultante da guerra entre facções criminosas.
Segundo o levantamento, Sorriso teve uma taxa de 70,5 mortes violentas para cada 100 mil habitantes no ano passado. São consideradas mortes violentas intencionais (MVI) aquelas decorrentes de homicídios dolosos, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, intervenção policial e morte de policiais.
O estudo produzido indica o que a população de Sorriso, conhecida como a “cidade do medo”, tem passado ultimamente. Por lá, desde 2020, uma onda de violência tem tomado conta do município, principalmente por conta de uma guerra de facções.
Para o comandante, a posição ocupada pela cidade também é decorrente da briga entre as duas principais facções criminosas do estado pela disputa de território.
“Nós temos conhecimento que a cidade de Sorriso passou por um período conturbado em relação à guerra de facções. O governo de Estado, graças a Deus, investiu forte e pesado para combater essa disputa territorial que ocorre com duas facções aqui no Estado e eles estão se matando entre eles”, disse o comandante.
Mendes afirmou ainda que a Segurança Pública mapeou as principais cidades do estado que estão sendo alvos de facções criminosas.
“Não só para Sorriso, como para todas as cidades onde nós já temos mapeado uma guerra na disputa entre o espaço territorial. Posso citar aqui Cáceres, Barra do Bugres, Tangará da Serra, Sorriso. Então são regiões, são cidades onde nós percebemos que o crime organizado tem intenção de adentrar devido à questão de logística e a polícia militar junto com as outras forças de segurança tem trabalhado para combater esse tipo de violência na cidade”, reforçou.
Apesar dos esforços das forças policiais para prenderem os criminosos, o comandante afirmou que é necessário uma reforma na legislação penal, já que muitos bandidos que estão nas penitenciárias ainda conseguem atuar de forma efetiva com os demais integrantes das organizações criminosas.
“Enquanto não tiver uma mudança urgente na legislação penal, o crime organizado vai estar atuando inclusive dentro dos presídios. Por que nós não podemos isolar os líderes das organizações criminosas? Se a gente perguntar para qualquer pessoa, infelizmente, a pessoa não sabe responder. A legislação penal não permite, fora de presídios federais, isolar essas pessoas por um número maior de tempo. Por isso, eles contratam bons advogados e conseguem ficar aí buscando o brecha na lei”, finalizou.
Da Redação – Amanda Divina
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